Raimon Panikkar, em sua aula inaugural no Institut Superior de Ciènces Religioses de Vic em 2002, aborda a irrelevância contemporânea da teologia, a marginalização dos teólogos e das faculdades de teologia. Ele investiga as causas dessa situação, sugerindo que um desvio da rota evangélica contribuiu para a perda de relevância. Panikkar destaca a necessidade de reconciliar filosofia e teologia, enfatizando a importância de um reenlace entre alma e corpo. Para ressuscitar a teologia cristã, ele propõe que esta deve se abrir ao Mistério e ao símbolo, evitando transformar a fé em ideologia.
Carlos Palácio, SJ, em sua palestra, questiona o impacto dos “novos paradigmas” na teologia, sugerindo que essa expressão, originária da filosofia da ciência, tem sido amplamente adotada em diversos campos do conhecimento, incluindo a teologia. No entanto, ele argumenta que o verdadeiro desafio para a teologia não são os novos paradigmas em si, mas a crise da cultura ocidental e da razão moderna. Para enfrentar esses desafios de maneira original e eficaz, a teologia precisa reexaminar sua relação histórica com a civilização da razão.
Este trabalho apresenta uma pesquisa qualitativa sobre o Centro Ecumênico de Cultura Negra (CECUNE), uma ONG de Porto Alegre que atua há vinte anos no Rio Grande do Sul. A dissertação destaca a atuação do CECUNE no Movimento Negro e no Movimento Ecumênico, suas ações educativas que contribuem para a transformação social, e analisa os resultados de sua parceria com o Centro Universitário Metodista IPA, que promove a inclusão de negros carentes na universidade. O estudo propõe perspectivas para futuras pesquisas de doutorado.
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Jeffrey Burton Russell, em seu artigo “O Fim do Mundo: Medo, Conspiração e Esperança”, explora como o conceito do fim dos tempos, desde o Antigo Oriente Próximo até o século XXI, inspira tanto medo quanto esperança. Ele analisa as visões apocalípticas do judaísmo e do cristianismo, destacando as diferenças e semelhanças entre elas, e aborda essas concepções sob a ótica da história das ideias.
O artigo de Cláudio de Oliveira Ribeiro explora a interseção entre o neoliberalismo e a teologia da prosperidade, destacando suas raízes históricas e teológicas. Ele analisa como a vivência religiosa na América Latina, especialmente no final do século XX, foi transformada por diversos movimentos religiosos, incluindo o pentecostalismo, e como esses movimentos foram influenciados por elementos culturais e religiosos brasileiros. O texto conclui com uma reflexão sobre a relação entre o Reino de Deus, a prosperidade e o capitalismo, apontando para a complexidade e diversidade das práticas religiosas contemporâneas.
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