O Pastor Ricardo Gondim, da Igreja Assembleia de Deus Betesda do Brasil, expressa seu cansaço com a mercantilização da fé e a superficialidade das práticas religiosas contemporâneas. Ele critica o uso de versículos bíblicos fora de contexto para criar falsas esperanças e a promoção de instituições religiosas em detrimento do verdadeiro evangelho. Gondim destaca a diferença entre a fé bíblica genuína e as superstições, lamentando a necessidade constante de explicar essa distinção.
O Prof. Magno Vilela, em sua apresentação no II Encontro de Bispos Anglicanos e Católicos, aborda a Carta Apostólica “Apostolicae curae et caritatis” de Leão XIII, emitida em 1896, que discute a posição da Igreja Católica Romana sobre as ordenações anglicanas. Ele estrutura sua análise em três pontos principais: os desafios e confrontos enfrentados pela Igreja de Roma no século XIX, o conteúdo específico da carta de Leão XIII, e considerações gerais sobre o impacto e as implicações do documento.
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O protestantismo na América Latina, inicialmente marcado por intensos “revivals” que combinavam razão e emoção, perdeu seu vigor emocional ao longo do tempo, tornando-se uma religião mais racionalista. Esse racionalismo, no entanto, não conseguiu resistir à crescente onda de misticismo. Atualmente, o protestantismo enfrenta o desafio de equilibrar tradição, memória, razão e emoção para se adaptar às novas formas religiosas, como o pentecostalismo e o neopentecostalismo, ou corre o risco de ser absorvido por essas práticas.
O Rev. Carlos Eduardo B. Calvani reflete sobre o ecumenismo, comparando a leitura do documento “Dominus Iesus” a uma dança de “pezinho pra frente, pezinho pra trás”, onde avanços e retrocessos são constantes. Ele menciona a alegria ecumênica com o acordo entre o Vaticano e a Federação Luterana Mundial em 1999, seguida pela frustração com “Dominus Iesus” em 2000. Calvani destaca que suas boas experiências com o ecumenismo católico-romano estão mais ligadas a indivíduos do que à instituição, que ele vê como ainda dominada por estruturas de poder retrógradas.
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O relacionamento entre anglicanos e luteranos começou de forma conturbada no século XVI, com Henrique VIII queimando as obras de Lutero em 1521. No entanto, a relação melhorou e, em 1532, Thomas Elliot foi enviado como embaixador para conhecer os luteranos. Em 1533, Thomas Cranmer visitou Nuremberg e hospedou-se com o teólogo luterano Andréas Osiander, resultando nos Artigos de Wittemberg. Por volta de 1570, ambas as igrejas focaram em questões internas devido à pressão puritana e à experiência da supressão da monarquia na Inglaterra, além do isolamento geográfico.
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