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- DIGAMOS SIM À DIVERSIDADE RELIGIOSA!
Nos dias 19 e 20 de junho, o Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa – CNRDR esteve reunido em Brasília/DF, para renovar o diagnóstico da realidade de intolerâncias e desrespeitos, e para planejar ações de sensibilização, articulação e promoção de respeito à diversidade religiosa, em tempos de recrudescimentos de violações de direitos humanos fundamentais, com destaque ao direito humano de ter ou não religião.
Ainda vivendo o gozo da recente sagração episcopal da Bispa Marinez Bassotto, da Diocese Anglicana da Amazônia, no último mês de abril; o final de maio foi marcado pelo encerramento de um importante ciclo de ações educativas sobre Gênero, Sexualidades e Direitos Humanos, promovido pelo Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento (SADD), com a realização da Confelíder Nacional, que reuniu lideranças de todas as nove dioceses e do distrito missionário da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB).
(O dia 22 de maio é a data escolhida pela Organização das Nações Unidas – ONU, como Dia Mundial da Biodiversidade, para celebrar e chamar a atenção do mundo para a importância da diversidade biológica. E como sem água não há biodiversidade, trazemos o necessário relato da participação anglicana do Fórum Mundial das Águas 2018).
"Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E desagua na corrente do ribeirão ...” (Guilherme Arantes)
O Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) 2018, reuniu milhares de pessoas representantes de organizações e lideranças de projetos, que estão acontecendo no mundo inteiro. Foi um espaço de reflexões e decisões urgentes que precisam acontecer em cada lugar onde existe grupo de pessoas, seja na família, na escola, na igreja, na vizinhança, no bairro, nas instituições, nas cidades, nas universidades, nos países, nos continentes, no mundo. Água, direito não mercadoria, este é o foco das ações a partir deste importante evento.
O que vivenciamos em Brasília, na semana de 17 a 22 de março de 2018, em cada momento de relatos, painéis, testemunhos, registros, dados assustadores foram revelados, por coordenadores e líderes de projetos, que visam transformar a realidade de dominação das nascentes, aquíferos, rios, lagos, mares, e a partir dessas práticas, amenizar, organizar e conscientizar as populações que sofrem, ou aquelas, que ainda nem percebem ou vivem, as consequências da violência ao meio ambiente, exercida no uso indevido da água pelas grandes corporações.
Litania pelas mães de todo o mundo
(Revda. Lilian Conceição da Silva, departamento de comunicação e publicações do CEA)
Litanista: que a Ruah (conhecida popularmente como Deus), Mãe que a todas e a todos gerou, sopre sua graça sobre todas as pessoas que vivem a maternagem como diaconia. Rogamos!
Responso: ouve-nos, Querida Ruah!
Litanista: em meio ao caos universal, teu sopro divino gerou vida e pariu o mundo do qual somos parte. Louvamos-te, Ruah!
Responso: ouve-nos, Querida Ruah!
Litanista: desde a antiga Grécia, celebrava-se a chegada da primavera saudando Rhea (Cibele), mãe dos deuses e das deusas. Seria um outro jeito de te chamar?!
Responso: ouve-nos, Querida Ruah!
Na noite chuvosa do dia 11 de abril, quarenta pessoas de várias tradições religiosas (cristãs batistas, anglicanas, católicas romanas, luteranas e presbiterianas), budistas, candomblecistas, umbandistas, espíritas e sem religião, participaram do Colóquio sobre laicidade do estado e a importância de ações articuladas de promoção de respeito à diversidade religiosa. A mesa contou com a participação de especialistas sobre o tema (Sônia Mota, IPU e CESE; Reginaldo Silva, Aliança de Batistas do Brasil; Joanildo Burity, Diocese Anglicana do Recife; Romi Bencke, IECLB e CONIC; coordenada por Valdenice José Raimundo, batista e pró-reitora de pesquisa da UNICAP), que compartilharam seus saberes e suas experiências.
De 12 a 17 de março, ativistas de várias partes do mundo, reuniram-se em Salvador, na 13ª edição do Fórum Social Mundial. Estive presente representando o Centro de Estudos Anglicanos (CEA). No dia 14 de março, coordenei o painel temático “Desafios Afro-Americanos na Luta de Resistência ao Colonialismo”. Dia intenso, de partilha de experiências e perspectivas negras que me encheram de esperança. No dia seguinte, surpreendo-me com a notícia da execução de Marielle Franco, ativista negra lésbica e feminista, e ao ver sua foto logo pensei: podia ser eu. Foi uma de nós!
Em Salvador, dia 12 de março, com uma linda celebração inter-religiosa, teve início a edição 2018 do Fórum Mundial de Teologia e Libertação, com a participação de representantes de várias tradições religiosas, auditório lotado, pessoas vindas de várias partes do mundo se reúnem para compartilhar sonhos e desejos de fazer teologias que promovam libertação para as pessoas mais atingidas pelo cenário mundial de crescimento do fascismo e da permanência do racismo e do sexismo.
O primeiro dia foi também marcado pela Sessão “Economia Política, Resistência e Transformação”, com o painel “Espaços de Contestação: Atividade Teológica de Resistência, Criação e Transformação”, composto por: Gerald Boodoo (EUA); Judith Gruber (Áustria), Adam K.Arap Chepkwony (Quênia), Kochurani Abraham (Índia), Diego Irrarazaval (Chile).
A Revda. Dra. Lilian Conceição da Silva, do departamento de comunicação e publicações, representa o CEA nesse importante Evento.