Confira o quarta texto do Projeto: Narrativas, referentes a catástrofe climática no RS.
Projeto Narrativas: Natura Rerum Humana Arte Non Vincitur
(A natureza não é vencida pela arte humana.)
Gabriele Greggersen
Sr. Divino era um ancião que cuidava de um pet em Humaitá, um bairro de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Ele era muito sábio e administrava o seu negócio com muita prudência, cuidando para que os animais do pet convivessem em harmonia. Ele tinha uma longa barba grisalha e era tratado como pai ou até avô da maioria dos atendentes jovens da loja.
Mas havia aqueles que o achavam ranzinza demais e não gostavam do seu estilo de gerenciamento do negócio, que era meticuloso e buscava fazer justiça a todos os animais e humanos.
Tudo tinha o seu lugar: o setor dos animais domésticos maiores como cães e gatos e o dos menores, como peixes, tartarugas, hamsters, coelhos e porquinhos da Índia. Os animais, embora presos, eram tratados com todo o carinho e cuidado, até que um candidato a adotá-los aparecesse para levá-los para o seu novo lar.
Geralmente, as coisas eram pacíficas na loja, sendo que os animais conviviam sem agressões uns aos outros. Mas havia ocasiões em que os animais maiores ameaçavam os menores ou brigavam entre si. Nessas desavenças, muito material do pet era danificado, sendo que os animais eram obrigados a viver em condições mais precárias por algum tempo por sua própria culpa, até que o Sr. Divino desse jeito novamente nas coisas e restaurasse a ordem na loja.
Pensando nos potenciais agressores, Sr. Divino pôs uma grade de proteção especial em torno dos hamsters, que eram os animais mais delicados que povoavam o pet. Essa camada era a sua salvação, embora eles não gostassem dela.
Sr. Divino tinha um carinho especial por essas criaturinhas tão dependentes, mas sempre faziam questão de mostrar que controlavam de tudo, e se sentia na obrigação de lhes oferecer uma proteção especial.
Mas os hamsters não gostavam nada disso, pois eles gostavam de liberdade e achavam que eram plenamente capazes de enfrentar os animais maiores e todas as ameaças d’além da grade por conta própria.
Então, certa noite, os hamsters resolveram roer a camada. E fariam isso aos poucos e sempre à noite, supondo que escapariam do olhar atento e zeloso do Sr. Divino. Dias, semanas e meses se passaram com a mesma atividade noturna dos hamsters roendo as grades até que um dia, ela se rompeu.
Foi uma festa: Os hamsters invadiram os espaços livres da loja para a loucura dos demais animais. A alegria deles, porém, não durou muito, pois os cães e gatos também conseguiram se soltar e os atacaram.
Naquela noite em particular, Sr. Divino estava com uma premunição e não conseguia dormir de tão ansioso. Então, ele resolveu ir à loja no meio da noite, verificar se tudo estava bem. Ele chegou bem a tempo de salvar metade dos hamsters, mas a outra metade, infelizmente não resistiu às agressões dos outros animais.
Como já dizia Victor Hugo: “Tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade.”
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