Informamos que estamos retornando nossas atividades no Curso de Imersão em Anglicanismo, para as turmas do primeiro módulo (9T2024) e segundo módulo (8T2023).
Entre os dias 1º e 6 de outubro a CETALC (Comissão de Educação Teológica para a América Latina e o Caribe), um organismo de províncias da Comunhão Anglicana, realizou o Segundo Encentro de Diretores (as) de Seminários e Centros Teológicos e Bispos e Bispas na Cidade de Panamá. O encontro abordou o tema “Educação Teológica e Efetividade Ministerial: Aportes da América Latina e Caribe.
A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil enviou-me como membro da Comissão Nacional de Relações Ecumênicas para o Encontro de Oficiais Ecumênicos do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) da América Latina e Caribe (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Curaçao, El Salvador, Jamaica, Nicaragua, Peru, Trinidad e Tobago e Uruguai).
De 18 a 20 de outubro, em Buenos Aires/Argentina, estive representando nossa Igreja com outras 21 pessoas, clérigas e leigas evangélicas e evangélicos de Igrejas: Batistas, Luteranas, Metodistas, Presbiterianas, Discípulos de Cristo, Cristã Bíblica, Pentecostal, Valdence, Moraviana e Episcopal Anglicana. Do Brasil, éramos quatro pessoas, sendo eu a única episcopal anglicana presente, numa plenária que assegurou equidade de gênero na composição.
Foram dias de intensa agenda, com a partilha de experiências do que tem acontecido em nossas igrejas, com a exposição sobre o que é o CMI e de como funciona, com enfoque na Peregrinação por Justiça e Paz na América Latina e no Caribe; com uma síntese, em vídeo, do que foram as dez assembleias realizadas a cada sete anos, durante o período de 1948 a 2013 (a 8ª assembleia foi realizada em Porto Alegre/RS); e a estratégia de comunicação do CMI, que está sob a responsabilidade do luterano Dr. Marcelo Schneider (recomendo acessar o link: www.oikoumene.org/pt/news/ecumenical-officers-from-latin-america-and-the-caribbean-gather-in-argentina, para ver a notícia escrita por Schneider).
Pontos altos do Encontro:
Participar do Encontro foi uma oportunidade ímpar de aprendizado e de fortalecimento. Tornar-me uma oficial ecumênica é um privilégio e uma responsabilidade que assumo como responsabilidade evangélica de serviço/poder que transforma vidas.
Revda. Dra. Lilian Conceição da Silva
Foto: Marcelo Schneider/WCC
Após a aprovação, pelo 34º Sínodo Geral da IEAB, do casamento igualitário, e a consequente aprovação pelo 126º Concílio da Diocese Meridional, alguns meios de comunicação divulgaram o fato, entre eles: Jornal do Comércio, SBT, Sul-21. O fato também impactou movimentos onde a IEAB participa, sendo um deles, o recentemente criado, Movimento Democracia, Diálogo e Diversidade (suprapartidário que visa promover estes valores na sociedade ameaçada pela intolerância, pelo ódio e pela desinformação). Foi este movimento, também conhecido como M3D que abriu o espaço na “Parada de Luta LGBTI” (sendo que em Porto Alegre recebe o termo “luta”, por se considerar um ato político, não apenas cultural, em defesa desta população e do respeito à diversidade em todas suas formas).
A Parada aconteceu, como é já tradicional, no Parque da Redenção no dia 1º de julho de 2018. Nossa participação consistiu em nos apresentar e agradecer pela luta LGBTI que nos fez dar este importante passo evangélico e reconhecer todas as pessoas que creem como filhas e filhos de Deus, no sentido do que é afirmado no prólogo do Evangelho segundo a comunidade de João: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (Jo 1:11-12). E ainda compartilhando da convicção manifesta pelos apóstolos Paulo (Rm 2.11) e Pedro, segundo o relato de Lucas em Atos: “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas” (Atos 10.34).
PARTICIPAÇÃO ANGLICANA NO ATO CONTRA A PROIBIÇÃO DO ABATE SAGRADO DE ANIMAIS NAS TRADIÇÕES DE MATRIZ AFRICANA
Esta marcha aconteceu no dia 31 de julho de 2018 articulando a Associação de Povos de Terreiro do RS, e o Fórum Interreligioso e Ecumênico em defesa da Democracia, Diversidade e Direitos. Este ato foi convocado como forma de ação política junto ao Procurador do Estado e a Assembleia Legislativa do RS. Em 2004 o legislativo gaúcho aprovou um parágrafo, dentro da lei de proteção aos animais, pelo qual estava autorizada a prática do abate ritual ou sagrado de animais dentro das práticas religiosas de Matriz Africana. No entanto, uma ação de inconstitucionalidade foi impetrada pelo Ministério Público nesse mesmo ano – inicialmente negada – e houve então recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), que será julgado no dia 9 de agosto.
Este “enquadramento” religioso da lei de proteção aos animais atenta diretamente contra o caráter do Estado Laico e do respeito à liberdade religiosa, colocando uma prática ancestral e respeitosa – certamente mais respeitosa que a criação e abate industrial de animais – em situação de precariedade jurídica dando espaço para que ações antirreligiosas contra estas tradições possam ser impetradas.
O Rio Grande do Sul tem mais de 6000 terreiros, sendo a maior concentração de espaços sagrados de Matriz Africana no Brasil e no mundo. Não por acaso este tipo de ataque de intolerância e racismo teve origem neste Estado.
Como pessoas cristãs e dentro do que se afirma na 4ª Marca da Missão, não podemos agir de forma omissa diante de mais um atentado contra o povo negro e suas matrizes religiosas, que hoje não são somente do povo negro, mas que marcam a identidade cultural e religiosa do povo brasileiro. Oramos ao Nosso Senhor Jesus Cristo, nos somando as rezas de nossas irmãs e irmãos, para o STF resgate o respeito e gratidão a contribuição histórica e presente que o Povo de Terreiro oferece neste país.
Bispo Humberto Maiztegui
Bispo da Diocese Meridional
Coordenador da Comissão Nacional de Incidência Pública,
Direitos Humanos e Combate ao Racismo da IEAB
Em junho de 2018, em Brasília, o XXXIV Sínodo Geral da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) aprovou o casamento igualitário.
Logo em seguida, em reunião conciliar, a Diocese Meridional, foi a primeira Diocese da IEAB a aprovar o casamento igualitário.
E em meados do mês de julho, na Diocese Anglicana do Recife (DAR), também em reunião conciliar, foi acolhida a mudança canônica que permite a realização da cerimônia de pessoas do mesmo sexo.
No dia 22 de julho de 2018, na cidade de Recife, capital do estado de Pernambuco, a celebração do rito do Santo Matrimônio de Roberto Oliveira e Ivanildo dos Anjos. Sendo este o primeiro matrimônio de um casal homoafetivo na Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), após a mudança canônica.
A celebração foi oficiada pelo Revdo. Eduardo Henrique, em meio a um clima de forte emoção e significado histórico. Esta cerimônia de casamento foi fruto de uma histórica luta da população LGBTTI no sentido da plena igualdade de seus direitos na Igreja de Cristo. Uma história que atravessa décadas em nossa Igreja, usada por vezes como argumento para cismas, como os acontecidos na DAR, mas que também foi marcada pelo progressivo estudo e reflexão sobre a sexualidade humana e que envolveu laicato e clero da Diocese. Dessa forma, de maneira madura e compromissada com o Reino de Deus, a IEAB dá um passo decisivo no sentido das políticas afirmativas de promoção da dignidade humana.
Revdo. Eduardo Henrique Alves.
Secretário de Educação Teológica na DAR-IEAB
- DIGAMOS SIM À DIVERSIDADE RELIGIOSA!
Nos dias 19 e 20 de junho, o Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa – CNRDR esteve reunido em Brasília/DF, para renovar o diagnóstico da realidade de intolerâncias e desrespeitos, e para planejar ações de sensibilização, articulação e promoção de respeito à diversidade religiosa, em tempos de recrudescimentos de violações de direitos humanos fundamentais, com destaque ao direito humano de ter ou não religião.
Ainda vivendo o gozo da recente sagração episcopal da Bispa Marinez Bassotto, da Diocese Anglicana da Amazônia, no último mês de abril; o final de maio foi marcado pelo encerramento de um importante ciclo de ações educativas sobre Gênero, Sexualidades e Direitos Humanos, promovido pelo Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento (SADD), com a realização da Confelíder Nacional, que reuniu lideranças de todas as nove dioceses e do distrito missionário da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB).