Algumas pessoas da Bíblia simplesmente não têm nome. Uma delas é Bartolomeu!

Seu “nome” na verdade quer dizer “Filho de Tolomai”, que deveria ser alguém muito conhecido na época mas que não sabemos mais quem era. Este mesmo “nome” é dado a outra personagem, “Bartimeu”, o “Filho de Timeu”, e diversas vezes é aplicada a Jesus: Filho de David (Bardavid), Filho de José (Baryoussef), Filho de Maria (Barmiriam)... ou seja, não é um nome, mas uma referência de conhecimento.

Talvez Bartolomeu tivesse um nome muito comum, como João e José o são hoje em dia, e por isto fosse mais conhecido por ser filho de Tolomai, este sim um nome muito pouco usual.

No século XIV, um teólogo e bispo siríaco na região do atual Iraque, Abdisho Bar-Berika (isto mesmo, “filho de Berika”) o identificou como sendo Natanael. Esta identificação foi proposta porque o Evangelho de João, ao narrar o encontro de Jesus com Natanael conta que este (Natanael) passou a segui-lo, mas Natanael não aparece nas listas dos Doze. Como todos os demais desta lista são identificáveis, Abdisho deduziu que tal identificação fosse possível.

Segundo antiguíssima tradição, Bartolomeu-Natanael levou o Evangelho até a região onde se formou e expandiu a igreja siríaca, importantíssima Tradição Católica com grande influência sobre a Igreja das ilhas britânicas entre os anos 300 e 600, tendo sido martirizado na região do Cáucaso ainda no século I, isto é, antes do ano 100, tendo sido ou crucificado ou esfolado vivo ou ambos.

No teto da capela Sistina, no Vaticano, Bartolomeu é representado segurando a própria pele em sinal do modo de martírio que lhe é atribuído.

O bispo emérito de Roma, Bento XVI, terminou assim sua pregação sobre Bartolomeu no ano de 2006: “podemos dizer que a figura de São Bartolomeu, mesmo sendo escassas as informações acerca dele, permanece, contudo, diante de nós para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais. Extraordinário é e permanece o próprio Jesus, ao qual cada um de nós está chamado a consagrar a própria vida e a própria morte".

Em outras palavras e muito simbolicamente, não é possível seguir Jesus até as últimas consequências e tentar “salvar a própria pele”.

Discipulado é compromisso de vida, mesmo que isto comprometa até mesmo nosso bem estar pessoal, ocupando por vezes posições de destaque, como ocorreu com um certo papa que preferiu renunciar ao cargo que participar ou chancelar certos mal-feitos...

Que Bartolomeu inspire nossa entrega e compromisso diários!

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